terça-feira, 18 de setembro de 2012

OBRAS DE ASFALTAMENTO DA RJ-151 SERÃO RETOMADAS NA REGIÃO DE VISCONDE DE MAUÁ


O asfaltamento da RJ151, estrada de acesso entre as localidades, do bairro Lote10, Vila de Mauá, Maringá e Maromba, na região de Visconde de Mauá, é uma revindicação antiga dos moradores das vilas, Recentemente, a comunidade obteve a notícia que haverá a continuidade da obra, embargada tempos atrás pela justiça após denúncia do Ministério Público dando conta de que haveria a possibilidade de dano ambiental naquela região, caso as obras não fossem interrompidas.

Houve manifestações na porta do fórum em Resende, oportunidade em que as pessoas que são contra o embargo da obra foram protestar, como a Associação de Moradores e Amigos da Região de Visconde de Mauá (Ama Mauá), Associação Turística e comercial da Região de Visconde de Mauá (Mauatur) e a Associação de Comerciantes de Visconde de Mauá (ACVM), entre outras. Todas pediam o retorno das das obras, alegando que a construção da estrada irá gerar benefícios para região como um todo. não só pela acessibilidade, mas do progresso em geral.

A rua mais conhecida da Vila é a Presidente Wenceslau Bráz, local em que obrigatoriamente todos os turistas tem que passar. Seja para seguir em direção a Maromba, ou em direção as pousadas que ficam localizadas após a famosa "Ponte dos Cachorros", bem como os diversos lugares paradisíacos da região de Visconde de Mauá. A rua faz parte da RJ151 que será asfaltada em breve, segundo decisão judicial.

Dona Oranilde Maria Dias tem 84 anos, dos quais 30 passados em Visconde de Mauá, ela conta que havia perdido as esperanças de ver a Wenceslau Bráz asfaltada. D. Oranilde é viúva e revelou que seu marido, Francisco Dias, faleceu sem realizar o desejo de ver o asfalto passando pela via, " Eu já estava desistindo, queria sair daqui para morar com meus netos e minha filha em Penedo, pois a poeira e a falta de acessibilidade me deixam desanimada. A minha saúde ficou abalada, meu médico recomenda que eu faça caminhadas periodicamente, mas como fazer em meio a tanta poeira?", comentou a idosa, lembrando que se existe perspectiva real de que a rua será asfaltada, ela permanecerá na vila, pois é o lugar que escolheu para viver e formar sua família. 
Já Terezinha Fonseca, tem 63 anos e é comerciante no bairro Lote 10, está torcendo para que a obra recomece o quanto antes. " Estou esperando há anos por este dia. Tenho um filho de 33 anos que não anda e não fala e preciso sair com ele, cuidar dele, levá-lo para receber ar puro, mas é desanimador", disse. Quando chove ficamos atolados na lama e no calor adoecemos com a poeira. Acho que merecemos o asfalto para melhorar nossa qualidade de vida", desabafou Terezinha. 

Matéria publicada no jornal:  A VOZ DA CIDADE


Um comentário:

  1. Para reflexão e aprofundamento, gostaria de deixar registrada aqui, sucintamente, a idéia-eixo que tem orientado nossa atuação na Mantiqueira nessas últimas três décadas...
    Refiro-me à estratégia político-cultural de se criar e consolidar uma IDENTIDADE GEOPOLÍTICA para a Grande Mantiqueira, apoiada em sólidos fatores geográficos, territoriais, ambientais, sócio-econômicos e político-culturais.
    Não se trata de exercício intelectual ocioso, muito pelo contrário, representa uma colocação ideológica bem definida e direcionada : desenvolver um gradual processo de resgate da auto-estima das comunidades rurais regionais, encaminhando-as na direção de autonomias e auto-suficiências produtivas e técnicas, sobretudo na perspectiva da segurança alimentar, reavivando e fortalecendo um lastro histórico preexistente, hoje relegado. Dentro dessa visão, é fundamental destacar a vocação e qualidade de Reserva Natural, da Mantiqueira, como parâmetro para quaisquer atividades em seu espaço. Esses são os aspectos que a diferenciam e valorizam.
    Diante do grave quadro de crises climáticas e econômicas que se anuncia, afetando, principalmente, a produção de alimentos e a disponibilidade de recursos hídricos, precisamos recolocar em pauta o discurso da re-ruralização dos nossos espaços, onde ainda cabível. Sabemos todos que, na visão predominantemente urbana da nossa Sociedade, o homem rural tem sido visto como um cidadão de segunda classe, e isso precisa ser revertido, pois, na realidade, são as áreas urbanas que dependem das rurais e não o inverso.
    Não é possível, em regiões de vocação rural-agrícola, continuar cultivando o expediente da turistificação irrefreada, que tem funcionado como uma espécie de remédio mágico, panacéia e cortina, para remediar, esconder e disfarçar a ausência de políticas públicas adequadas e as deficiências administrativas das municipalidades. No momento em que o turismo convencional ultrapassa ( ou se assenhora ) de mais de 30% das atividades econômicas de uma região rural, ele passa a ser fator desestruturador da vida sociocultural da comunidade, gerando dependências e vulnerabilidades.
    A Mantiqueira, macrorregião diferenciada dentro do Sudeste, por suas características, deve ser objeto de políticas administrativas integradas no âmbito de suas municipalidades, articuladas através dos instrumentos já disponibilizados pelo decreto que criou sua APA. Essa articulação, imprescindível, é um dos pontos críticos para viabilizar as políticas sócio-ambientais propostas.
    As colocações acima pretendem, ainda, servir de alerta, em momento oportuno, pois as perspectivas geopolíticas mundiais apontam para colapsos e crises, cada vez mais graves e crescentes, dentro dos próximos vinte anos.
    A Carta da Mantiqueira, divulgada por ocasião da Cúpula Mundial Rio+20, juntamente com o belo e importante documentário “ Caminhos da Mantiqueira “, são marcos que devem ser levados em consideração na orientação desse longo e necessário caminho proposto, envolvendo governos, municipalidades e comunidades regionais. E, para essa marcha, já temos a nossa Bandeira....

    ResponderExcluir