terça-feira, 25 de outubro de 2011

RIP - REGIÃO VEM ATRAINDO GRANDES INVESTIMENTOS


  NO ABC FLUMINENSE 
Negócios de 4,7 bilhões

MAN  - Volkswagem - Resende RJ

Nasce uma nova sigla "RIP" Resende - Itatiaia - Porto Real
Na porta da Eraldo Magazine, aberta há três décadas no bairro de Campos Elíseos, em Resende, no Sul Fluminense, o locutor anuncia uma megaliquidação. A queima de estoques ocorre antes das obras que vão triplicar seu espaço no chamado Calçadão, até pouco tempo a principal área comercial da cidade. O movimento retrata o silencioso efeito multiplicador sobre a economia local dos sucessivos projetos bilionários que aportam na cidade e nas vizinhas Porto Real e Itatiaia. O comerciante Eraldo Nunes, dono da loja, decidiu investir R$ 1 milhão na reforma para enfrentar a concorrência do primeiro grande shopping de Resende, aberto há quatro meses.
- A (montadora) Nissan vem aí. Tenho que acompanhar o crescimento da cidade e dos concorrentes - diz Nunes, que abrirá filiais nos bairros do Manejo e Cidade Alegria, onde bancos e lojas de rua começam a chegar.
Segundo a Firjan, os três municípios receberão R$ 4,1 bilhões em investimentos entre 2012 e 2014, o equivalente a 30% dos R$ 14,2 bilhões destinados ao Sul Fluminense no período. É muito, já que 64,8% se concentrarão em Angra dos Reis, por causa da usina nuclear Angra 3. A projeção tem como carro-chefe expansões de montadoras como Peugeot Citröen e MAN - a fabricante de ônibus e caminhões Volkswagen, que na sexta-feira divulgou investimentos de R$ 1 bilhão até 2016 -, além de novos projetos como a fábrica de R$ 2,6 bi da Nissan em Resende. O anúncio feito este mês conferiu à região o apelido de ABC Fluminense.

VEJA REPORTAGEM DA TV RIO SUL: http://riosulnet.globo.com/web/conteudo/18_280555.asp



Crescimento para além da linha de montagem

A reboque do boom automotivo a região passa por uma intensa transformação. As prefeituras locais têm negociados ao menos mais R$ 600 milhões em novos projetos de segmentos como têxtil, cosméticos, siderurgia e logística, o que, somado aos R$ 4,1 bilhões, chega a R$ 4,7 bilhões. Juntos, vão gerar cerca de 2.200 empregos. As empresas são atraídas pela localização privilegiada - 150 quilômetros do Rio e 200 quilômetros de São Paulo - e por pesados incentivos fiscais, como a devolução às empresas de 75% da parte do ICMS que retorna aos municípios. Na carteira da prefeitura de Resende estão fábricas das confecções Politex e Mk-Leen, da fabricante de tubos Armco e da Aehtra Sistemas automotivos. Em Itatiaia, a L'Oréal acerta os detalhes para a instalação de um centro de distribuição que deve empregar 600 pessoas. A sul-coreana Hyundai Heavy Industries já iniciou a terraplanagem de uma fábrica de máquinas pesadas, projeto de US$ 150 milhões. Em novembro, o grupo levará à região 35 fornecedores coreanos, interessados em produzir localmente. E o município está cotado para receber uma nova linha de produção de carros de passeio da Volkswagen. O aumento do fluxo de cargas e pessoas já força as autoridades estaduais e municipais a investir em infraestrutura. Para despachar mercadorias das empresas, a prefeitura de Itatiaia negocia a criação de um segundo ramal ferroviário da MRS, que ligará o Porto do Rio à cidade e será operado pela Multiterminais. Em Resende, o antigo aeroporto da aeronáutica teve que ser adequado às regras da Anac e agora aguarda a liberação de um voo regional que será operado pela aérea Trip.

O comércio e a construção civil locais apresentam desenvolvimento acelerado. A Pátio Mix, administradora focada em cidades de médio porte, inaugurou em junho um shopping center na entrada de Resende, levando âncoras como Riachuelo, C&A e Marisa. O grupo já planeja uma expansão que, além de 40 lojas, inclui uma torre de escritórios com 200 salas. Ali também está o primeiro complexo de cinema digital da cidade, onde as opções de lazer ainda são escassas.
- O comércio evoluiu muito. Antes as pessoas trabalhavam aqui e iam gastar em Volta Redonda, Rio ou São Paulo. Agora esse dinheiro começa a ficar aqui - diz a dentista Maite Barbosa. O incremento da indústria e do comércio tem se traduzido no aumento de salários e geração de empregos na região. Dados do Ministério do Trabalho, compilados pela Fecomércio-RJ, mostram que somente as três cidades do polo automotivo responderam por um terço dos 34.412 empregos formais gerados nos 12 municípios do Médio Paraíba (região do Sul Fluminense que exclui Angra e Paraty) de 2007 a 2010. À exceção de 2009, auge da crise global, os salários pagos em Resende, Itatiaia e Porto Real cresceram acima da média no período. Em Porto Real a remuneração chegou a R$ 2.335,13 em 2010, ante R$ 1.386,45 na média regional. Os possíveis efeitos colaterais de um progresso acelerado, porém, já começam a rondar as cidades. Acostumada a uma vida pacata, a população local reclama do tráfego e da alta do custo de vida. Recentemente, diversas ruas da cidade passaram por obras e tiveram seu sentido modificado para reduzir engarrafamentos. O comércio popular perde espaço para as grandes redes e o descompasso entre demanda e oferta de mão de obra qualificada torna inevitável a importação de profissionais, em especial na construção civil. O preço do metro quadrado dos imóveis dobrou no último ano, para venda e locação, calcula a imobiliária Condial, atuante há 22 anos nesse mercado.


FONTE: www.oglobo.globo.com


Um comentário:

  1. Na terra do Tio Sam, a sigla RIP é antiga e muito encontrada em cemitérios.

    Rest In Peace é o nosso Descanse Em Paz.

    Com as eleições municipais, ano que vem, talvez seja o momento para que as pessoas de fé, rezem à suas divindades, para que todos tenham muito juízo e responsabilidade no momento de escolher quem vai gerir tudo isso aí, para que a sigla acima permanece com o seu conteúdo e significado nacionais, e não com o de nossos vizinhos do hemisfério norte.

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