RJ163 Com Asfalto: Estrada para Visconde de Mauá deve ter obras terminadas em dois meses.
Uma paisagem bela e relaxante, ar puro, cachoeiras e trilhas: o contato com natureza é um dos atrativos para quem visita a região turística da Serra da Mantiqueira. Porém, o acesso a este cenário bucólico era complicado. A estrada esburacada e a falta de sinalização são fatores que dificultam o trajeto dos moradores e de quem pretende visitar a região.
Para solucionar este problema, o governo estadual está implementando obras de infraestrura na RJ-163, no trecho que liga a localidade de Capelinha a Visconde de Mauá, distrito de Resende.
De acordo com o engenheiro chefe da 5ª Residência de Obras e Conservação do DER (Departamento de Estada e Rodagem), José Roberto Rosendo, a pavimentação até a cidade de Visconde de Mauá foi concluída. Agora, a obra está na fase da implementação das contenções, que contemplará 1.200 metros de estrada com muros de arrimo.
- Estamos realizando as obras de complementação, como os rodapés, mas para finalizar a via precisamos primeiramente concluir toda a parte de contenção - disse.
Segundo o engenheiro, a previsão é que o empreendimento na estrada esteja pronto até final do mês de outubro.
Durante um evento em Resende, no dia 24 de julho, o vice-governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) destacou que o edital de licitação para a realização da obra de pavimentação da estrada Mauá-Maringá (RJ-151) será lançado até o final de agosto.
- Se o período de chuvas não se adiantar conseguiremos cumprir o prazo da obra na RJ-163 até o mês de outubro. A iniciativa do governo estadual é que, com o término da primeira etapa, seja começada a pavimentação até Maringá. Não podemos deixar que recomecem as chuvas e a região seja afetada pela situação ruim das estradas - destacou.
O secretário de Obras de Resende, Rubens Almada, informou que 15,5 quilômetros da RJ-163 já foram pavimentados, o que corresponde a 95% da totalidade do trajeto. Segundo ele, os trechos a serem concluídos estão aguardando o término da construção da cortina de concreto atirantada, um processo mais complexo que requer a perfuração da rocha para colocação de uma barra de aço. As obras de drenagem também estão sendo executadas - afirmou.
Segundo o secretário, a proposta é implementar obras na Estrada Parque de forma a valorizar o trajeto. A ideia é que no decorrer do percurso os visitantes possam admirar a topografia do local, cachoeiras e os animais silvestres.
- A última etapa da obra será a sinalização da estrada. O objetivo é que o veículo seja conduzido com limite de velocidade, para que as pessoas possam passear pela via. O projeto prevê a construção de túneis e estruturas metálicas cobertas com telas, que permitirão aos animais circularem de um lado ao outro da pista e aos visitantes admirarem a natureza - contou.Conforme disse Almada, a previsão é que triplique o número de turistas na região, mas a facilidade de acesso e o consequente aumento de visitantes também são percebidas com cautela. Se por um lado isso significará o incremento da economia do local, por outro tem-se o risco da descaracterização da localidade e da destruição do patrimônio natural.
De acordo com o secretário, será construída uma cabine na entrada da Serra da Capelinha para que seja feita a fiscalização e orientação dos veículos que terão acesso à região. A intenção, segundo Almada, é controlar o número de veículos e a entrada de caminhões grandes.
- Em Visconde de Mauá há um Plano Diretor específico para esta questão. A construção de novas estruturas está em conformidade com um projeto de urbanização orientada dentro dos padrões de preservação. Assim como acontece no Parque de Itatiaia, pretendemos continuar a prática de um turismo orientado e que não comprometa a preservação da região - finalizou.
Turistas aprovam estrada e demonstram preocupação com a preservação
O contador Reginaldo Silva contou que no mês de abril visitou a região, e disse que no decorrer no percurso pensou em desistir da viagem.
- O acesso estava horrível, em alguns trechos parecia que o carro não conseguiria passar - contou.Para o contador, a realização das obras de melhoria de infraestutura da estrada será positiva para os turistas. Porém, ele ressaltou que deve ser pensado em um plano de visitação para que a carga de pessoas na região não aumente demasiadamente e comprometa a preservação do local.
- As obras vão possibilitar que mais pessoas visitem a região, mas é importante que haja um cuidado com relação à preservação dos recursos naturais - lembrou.
O advogado Fábio Sampaio veio do Rio de Janeiro com a família para passar uns dias em Visconde de Mauá. Ele - que por diversas vezes vem para a região - contou que está na expectativa para trafegar na estrada depois de realizadas as obras.
- Sempre que podemos visitamos as cidades da Serra. Antes a estrada era horrível, brinco que na verdade era um buraco cheio de estrada. Agora teremos um acesso mais fácil - disse.
O advogado também tem a preocupação de que o aumento do número de visitantes descaracterize o local.- O clima agradável e tranquilo é convite para o descanso. O que não pode é aumentar demais o número de pessoas circulando na cidade - destacou.
Moradores e comerciantes comemoram obras
A vendedora Juliana Damazio, moradora de Maringá, disse que as obras na RJ-163 já facilitaram a vida de quem reside na região. Porém, para ela, a continuação da obra até Maringá será imprescindível.
- A RJ-151 está em estado pior que este primeiro trecho, por várias vezes já tive o veículo danificado por conta dos buracos. Há muita poeira em toda estrada. Costumo dizer que aqui desviamos de um buraco para cair em dois - contou.
A auxiliar de serviços gerais Maria de Lurdes César disse que, com a obra de melhoria da estrada , a viagem dela de casa para o trabalho - que antes durava uma hora e meia - agora não passa de 50 minutos.
- Era tanto buraco na estrada que o ônibus demorava muito para fazer o trajeto. Sacolejava tanto dentro do coletivo que comumente eu estava com dor nas costas e na coluna - contou.
Fonte: www.diariodovale.com.br
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