domingo, 14 de agosto de 2011

O PAPEL DAS VILAS CONQUISTA O SUL DO ESTADO




Quando o assunto é arte parece mesmo que o tempo não passa. Em dezembro, fará dois anos que a exposição "O Papel das Vilas" foi apresentada pela primeira vez. E assim, como que num piscar de olhos, ela chega à sua sexta edição. Desta vez, quem recebe a mostra é o Centro de Cultura Fazenda da Posse, em Barra Mansa, que a abriu ao público quinta-feira e a abrigará até o dia 11 de setembro. Para o fotógrafo e papeleiro Maurício Rosa, a ocasião marca muito mais do que os dois anos ou a sexta edição da coletiva.
- Iniciamos com 45 obras (a primeira exposição) e, neste período, foram desenvolvidos mais de uma centena de obras de mais de 70 artistas que passaram pelo projeto. E esta será nossa maior edição, com 75 trabalhos utilizando o papel botânico - diz o artista, que é o idealizador do projeto.

Há mais de 15 anos, Maurício realiza pesquisas com plantas nativas da região da Serra da Mantiqueira e delas extrai fibras e tinturas para fabricar seu papel artesanal, batizado por ele mesmo de "papel botânico". A ideia de mostrar a arte feita com o novo papel nasceu da parceria com o Centro Cultural Visconde de Mauá, há sete anos, por meio da diretora, Márcia Patrocínio.
- A parceria com o Centro Cultural Visconde de Mauá favoreceu o sucesso neste processo de itinerância. Por onde passamos fomos agregando novos artistas e fotógrafos. As novas exposições também funcionam como estímulo aos envolvidos, que desenvolvem novos trabalhos, favorecendo o crescimento dentro desta linguagem e garantindo assim novidades a cada edição - analisa Maurício.
Aproveitando o Ano Internacional da Biodiversidade, comemorado em 2010, o projeto passou pelo Museu de Arte Moderna de Resende, e pelo Espaço Cultural 21, em Quatis. Para encerrar o ano, a mostra foi ao Centro de Visitantes do Jardim Botânico, no Rio de Janeiro, no qual se apresentou o Coral do Visconde, projeto do Centro Cultural Visconde de Mauá. E entre maio e início de agosto desse ano, "O Papel das Vilas" ficou no Centro de Visitantes do Parque Nacional do Itatiaia, onde foi vista por quase cinco mil pessoas.
- No Jardim Botânico foi uma edição muito feliz, onde tivemos a presença expressiva dos artistas, dando o respaldo necessário para o prosseguimento do projeto em 2011, Ano Internacional das Florestas - anuncia.
Em 2009, quando estreou a primeira edição, um dos objetivos do projeto era levar os trabalhos a outros espaços do estado e, quiçá do Brasil. Os organizadores desejavam agregar novos talentos e enriquecer "O Papel das Vilas", de forma a fazer da região de Visconde de Mauá uma referência nacional nessa forma de arte. Hoje, quase dois anos depois, a mostra já passou por alguns dos principais espaços culturais do Sul Fluminense e aguarda resposta de outros.
- Acho muito importante fazer o circuito das Agulhas Negras e Vale do Paraíba, nosso entorno. Aguardamos o retorno da Casa de Cultura de Piraí e Fundação CSN, em Volta Redonda, além de outros espaços interessados. Enquanto isso, Márcio Patrocínio e a irmã, Felicidade, organizam um coletivo de artistas em Montes Claros (MG), para levarmos o projeto até lá - adianta Maurício.
Entre as próximas paradas pretendidas também se encontra a capital do Brasil. O papeleiro conta que foi lá, em Brasília, que teve seu primeiro contato com a produção de papel artesanal.
- Estamos em negociação com o Museu Vivo da Memória Candanga, onde me iniciei no primeiro grupo do núcleo de pesquisas em papel artesanal, nos idos dos anos 90. Sou membro fundador e fico feliz com a possibilidade de voltar aonde tudo começou, levando como resultado essa coletiva - completa.

Conquistas

Dos objetivos iniciais, já foram alcançadas a itinerância por espaços dentro e fora da região e a conquista de novos artistas. O que ainda falta para garantir o prosseguimento do projeto é um patrocínio. Maurício conta que, para a edição atual, conseguiu o apoio da Secretaria das Mulheres de Itatiaia, que providenciou o transporte das obras.
- Ainda não temos um patrocinador e precisamos muito de apoio para essas próximas etapas. Até agora, o projeto tem andado graças às parcerias com os espaços que o recebem e à generosa colaboração dos artistas - ressalta o artista.
A diretora do Centro Cultural Visconde de Mauá, Márcia Patrocínio, aproveita para reforçar o apelo.
- Essa coletiva é muito vibrante e o interesse dos artistas é cada vez maior em participar. A falta de patrocínio é uma grande pedra no caminho, mas não chega a obstruir a passagem e a alegria de realizá-la nos nutre de um fazer artístico muito prazeroso e solidário - acrescenta.
Muito feliz com mais uma edição do projeto, Maurício Rosa finaliza com um agradecimento especial.
- Agradeço a todos os espaços e me sinto lisonjeado por terem recebido o projeto. Tendo em vista que visa à valorização do papel artesanal como material de expressão para arte contemporânea, nas comemorações de 30 anos de pesquisa do material no Brasil, também busca a inclusão e intercâmbio de artistas e espaços voltados para a cultura.

Serviço
A exposição ‘O Papel das Vilas' pode ser visitada até dia 11 de setembro, no Centro de Cultura Fazenda da Posse, em Barra Mansa. O local funciona de quarta-feira a domingo, das 11h às 17h, na Rua Dário Aragão, nº 2, Centro. Informações: (24) 3322-3855.

Fonte: www.diariodovale.com.br

Um comentário:

  1. Muito legal, ainda não havia vista esta materia do Diario do Vale, quem tiver o jornal eu aceito a doação para o portfolio da exposição.
    Agradecido pela atenção.

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