terça-feira, 5 de junho de 2012

MAUÁ QUER CRIAR TAXA PARA TURISTAS


PROPOSTA PRETENDE DESESTIMULAR VISITANTES QUE SÓ DEGRADAM E NÃO PERNOITAM
Polêmica paz e amor. Para um grupo de comerciantes, moradores e ecologistas, a situação do bucólico distrito de Visconde de Mauá, em Resende, na Serra da Mantiqueira, ficou insuportável após o asfaltamento da estrada entre a localidade de Capelinha e o Centro de Mauá. Com 15,3km, o trajeto agora é feito em 30 minutos. Para essas pessoas, a região não vem recebendo turistas, e sim apenas visitantes, que gastam pouco, deixam muito lixo e que vão embora no mesmo dia. Como informou ontem a coluna Gente Boa, do GLOBO, existe uma proposta, defendida por hoteleiros, para cobrar uma espécie de “taxa ambiental”. O pagamento seria feito no portal da cidade, a ser construído em breve. O secretário estadual de Ambiente, Carlos Minc, diz que não se trata de pedágio, mas de uma entrada — de R$ 5 — que beneficiará a região:
— É um estudo de sustentabilidade. Haverá o controle do número certo de pessoas que poderão entrar em Mauá. Além disso, estaremos controlando os veículos que também passam pela estrada. A taxa ajudará no Parque da Pedra Selada, que vai funcionar em breve, e a manter as três estações de saneamento, Mauá, Maringá e Maromba. Faremos um turismo sustentável, botando limites.
Segundo Minc, a Estrada Parque, que foi asfaltada, tem características diferentes de uma estrada comum.
— Há locais onde os bichos cruzam a estrada. Por isso estamos fazendo estudos da capacidade que a cidade pode suportar. Calculamos em torno de cinco mil pessoas no fim de semana. Não é definitivo ainda. Vamos ter capacidade para as cachoeiras, hotéis e pousadas. Estamos melhorando o turismo — diz Minc.
Álvaro Braga, presidente da Fundação Mantiqueira, que promove e apoia programas ambientais na região, critica o asfaltamento da via e a taxa.
— As pessoas iam a Mauá apreciar a natureza. Hoje, transformaram Mauá numa cidade grande. O turismo está sem rumo. Existe degradação em vários setores. Não será cobrando taxa que acertaremos — afirma.
Para Osvaldo Caniato, presidente da Associação Turística e Comercial de Visconde de Mauá (Mauatur), o objetivo do portal é fiscalizar e, a cobrança controlará o número de visitantes:
— Quando chegar à quantidade certa, ninguém mais entra. Estamos fazendo um turismo sustentável.
Polêmica semelhante já ocorreu em Búzios, Cabo Frio e Arraial do Cabo, onde visitantes, que chegam de ônibus, cumprem regras para usufruir das belezas naturais. Em Cabo Frio, a prefeitura determinou, por exemplo, que cada ônibus ou van pague uma taxa, que varia de R$ 200 a R$ 1.200, para entrar na cidade. A ideia é inibir as excursões de apenas um dia.
— Isso incentiva o turismo na rede hoteleira e casas de aluguel de temporada — explica Mauro Branco Loyola, secretário de Transportes de Cabo Frio.
Em Búzios, os guias de turismo cadastrados fazem contato prévio sobre a viagem e, quando os ônibus chegam ao pórtico, são identificados pela Guarda Municipal. Em seguida, o ônibus vai até o hotel ou a pousada deixar os hóspedes e retorna, escoltado, para um estacionamento fora da cidade.

FONTE:  O GLOBO


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6 comentários:

  1. Este é o momento de nos unir-mos e nos preparar, porque grandes mudanças estão acontecendo, o momento é de alerta total.
    Convido a comunidade para participar das associações, se informar e interagir, ou teremos que aceitar o que vier.

    Ataide.

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  2. Veja como uma notícia gera entendimentos diferentes. Tem gente que parou no tempo, e quer por que quer que seus semelhantes permaneçam no passado! Direitos e deveres todos temos, não importando a que grupo de pensamento dedicamos e empenhamos nossos esforços. Consenso, esta palavra mágica, não consegue entrar no dicionário de pessoas que se julgam acima do bem e do mal; se não for do jeito delas, nada feito!!! É uma pena, pois acaba que as decisões são sempre tomadas de "cima pra baixo", porque aqui ninguém se entende. O que já li e ouvi de ofensas, inclusive a honra das pessoas é uma barbaridade ... baixo nível mesmo, de gente mal educada e que, desprovida de argumentos razoáveis, parte para o ataque vil. Discordar é um direito, mas somente com civilidade e diplomacia é que conseguiremos uma Mauá preservada, com trabalho digno e harmonia para todos que aqui escolhemos viver!!

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  3. Achei a ideia super interessante.....gostaria que em penedo tambem fosse assim. O problema é saber quem vai administrar esse dinheiro. claudia villela

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  4. O pedágio proposto pelo Governo do Estado do Rio (de mãos dadas com os Pousadeiros do ”charme e gastronomia”) que se quer cobrar não seria suficiente para reverter o processo de degradação socioambiental da região do Alto do Rio Preto.
    A taxa reverteria a poluição do Rio Preto (três, esteticamente falando, ETEs - Estações de Tratamento de Esgotos foram construídas, mas como o lado mineiro do Rio Preto não foi ligado à rede a poluição continua a ameaçar até mesmo a sua balneabilidade) ? A taxa poria freio na especulação imobiliária, nos loteamentos e construções irregulares que pipocam em APPs e mesmo em sítios visivelmente perigosos? Limitaria a expansão dos comércios irregulares (especialmente bares, restaurantes e pousadas), cujo numero já ultrapassou a capacidade de carga da região e, inclusive, a demanda por seus serviços mas que continuam anarquicamente a se multiplicar ? A taxa representaria a adoção de um modelo turístico que não fosse igual ao de sempre (« CamposdoJordaonização ») ? A taxaria representaria a adoção de uma concepção ambiental de turismo, um que fosse verdadeiramente voltado para o agro-turismo (valorização dos saberes rurais e tradicionais) e o eco-turismo (valorização e descoberta da natureza)? A taxa estimularia a educação ambiental de moradores e visitantes? Poria fim à propaganda massiva que estimula a visitação através de meios de transporte rodoviário individual ?
    Antes do inicio da construção da Estraga Parque alertamos à "eleite" local, que daquele modo, eles estavam abrindo a "caixa de Pandora" ...

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  5. O povo só pensa em dinheiro. isso nunca vai evitar mau uso da região. quem nao tem 5 reais pra pagar gente?! acordaa!!

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  6. Todo destino turístico que se queira eficiente e competitivo utiliza-se do marketing para fazer-se conhecido. Graças a competência e trabalho árduo dos comerciantes da região, Visconde de Mauá conseguiu seu lugar de destaque, principalmente no cenário RIO-SP! Nossa economia é voltada inteiramente ao turismo. Qualquer empresário local, esteja ou não afinado aos governos de ocasião, são sabedores que qualquer pretensão de crescimento financeiro deverá vir acompanhado de consciência e preservação ecológica. Para quem viveu ou teve acesso a fotos das nossas vilas em meados do século passo, poderá testemunhar o vultoso crescimento e recuperação das matas nativas. Contra fatos não há argumentos. Ataques genéricos contra os empresários locais não contribuem de forma alguma aos necessários ajustes a serem implementados. A lei existe e não é branda, caso alguém a esteja infringindo, o mais correto é recorrer aos poderes públicos, como muitos o tem feito. Tenho certeza que UNIDOS poderemos mais!! Nossa liberdade termina onde começa a do outro. Visconde de Mauá não é uma bucólica taba indígena, e nem tão pouco um conturbado centro urbano. Construímos nossa vocação há muitas décadas, e é desta realidade que sobrevivemos. Além dos muitos amigos que vieram de outras cidade e da população que aqui vive há muitas gerações, continuamos a "crescer e a nos multiplicarmos", gerando uma demanda cada vez maior de emprego e renda. O progresso é inevitável, pousadas continuarão a ser erguidas, e quando a construção não respeitar as leis, recorramos aos poderes competentes para que se restabeleça a ordem. A Constituição Brasileira garante a todos o direito de ir e vir ... e de se estabelecer onde bem entender. Respeitemos todas as leis, não apenas àquelas que nos interessem.

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