Comerciantes de Paraty Apostam na Gastronomia Sustentável
A sustentabilidade, tão comentada nos últimos tempos em razão de preocupação ambiental, chegou à culinária de Paraty. Muitos restaurantes resolveram agregar a gastronomia sustentável aos atrativos já oferecidos nos estabelecimentos, como a boa música, a decoração agradável e o clima aconchegante. Quem chega à Flip (Festa Literária Internacional de Paraty) encontra várias opções para comer algo fresco e sem agrotóxicos. A iniciativa também busca fortalecer a economia regional, além de colocar nos pratos a identidade caiçara, estreitando laços com as raízes locais.
Os produtos vêm sem conservantes e isso preserva muito o real sabor do alimento. Um dos nossos diferenciais é o palmito pupunha, ingrediente que acompanha muitos dos pratos que servimos. O sabor é mais intenso e os clientes sempre comentam sobre o sabor em relação aos industrializados. Aqui em Paraty nós temos a oportunidade de comprar o produto fresco direto com os produtores, então não há razão para utilizar algo menos saboroso e que tem que vir de longe - relata a comerciante Leila Passini, ressaltando que este é um dos principais atrativos oferecidos pelo seu restaurante, que fica no Centro Histórico. "Cada época eu escolho um ingrediente sustentável para destacar no cardápio e lá está explicado que o produto é local. Alguns clientes gostam tanto que me perguntam onde comprar; eu, claro, dou todas as referências, afinal os produtores são nossos parceiros", complementou.
A designer Lúcia Salles, 33 anos, aprovou a iniciativa. "Cheguei a perguntar para o garçom sobre o palmito. Quase sempre é difícil encontrar restaurantes com ingredientes frescos sem que o preço seja absurdo", diz a carioca.
A comerciante Camila Paiva atribui ao ingrediente produzido em Paraty o sucesso de seu restaurante. "Tem diversos bares em Paraty, mas eu consegui me destacar por oferecer a lasanha de palmito. Tem muitas pessoas que ouvem falar e a propaganda boca a boca fez a receita ganhar fama. Se não fosse a possibilidade de comprar produtos frescos e de excelente qualidade, provavelmente eu não teria tanto resultado com o público", acredita a Camila.
Viviane Fonseca, 27 anos, moradora de São Paulo, vê outros benefícios além do sabor. "Hoje em dia estamos muito preocupados com a saúde, especialmente quanto à nossa alimentação. Cuidados simples podem fazer a diferença e por isso eu procuro sempre comer alimentos orgânicos, sem conservantes", revela a turista.
Economia caiçara
Com parte da produção escoada para a própria cidade, pescadores e agricultores locais ganham tempo e dinheiro. "Eles podem trabalhar com encomendas e diminuir o tempo gasto com a procura de clientes", frisa Miguel Corrêa, funcionário da Secretaria Municipal de Agricultura.
- A ideia de promover a venda direta é bastante promissora e satisfaz todos os lados envolvidos. Estamos criando uma associação para centralizar as informações de restaurantes e produtores. Com mais organização acredito que podemos solidificar as relações já existentes e, aos poucos, incluir novos adeptos -, explica Miguel Corrêa, ao comentar que a pupunha, a banana, a mandioca, os frutos do mar e os temperos são os produtos mais negociados.
A comerciante Cibele Aragão abriu um restaurante na cidade há 11 anos e sempre se baseou na gastronomia sustentável. "A preocupação em valorizar a economia local e trazer para o restaurante os temperos de Paraty chegou junto com a nossa ideia de montar um restaurante. Acho que esta é uma tendência e é positiva para todas as partes envolvidas", declara a comerciante.
Fonte: DIÁRIO DO VALE
Fonte: DIÁRIO DO VALE
Solange de Santo Antonio-Bocaina de Minas ; disse após ter lido mátéria acima que pretende cultivar palmitos em sua região.Terra fértil!
ResponderExcluirAqui, no Vale do Pavão, temos produtores!
ResponderExcluirO Capril por exemplo.